FC Porto em Barcelos: intensidade, pressão e o regresso do jogar à Porto
Em Barcelos vimos um FC Porto com cara de Dragão. Farioli começa a moldar uma estratégia que promete agitar a temporada e, neste jogo, já serviu um prato cheio de intensidade — daqueles que há muito nos faziam falta.
A diferença está na atitude
O que mudou? O Porto trocou a apatia dos últimos tempos por energia coletiva, pressão feroz e uma ideia de jogo clara desde o primeiro minuto. Oscilando entre momentos de controlo e rajadas ofensivas, a equipa assumiu o comando com personalidade e fome de vitória.
Pressão alta e sufoco ao adversário
O destaque desta metamorfose esteve no pressing agressivo, quase homem a homem, que asfixiou o Gil Vicente na saída. A equipa ajustou-se bem: em bloco baixo para anular avanços, em bloco alto para roubar e acelerar. Pepê, Froholdt, Borja Sainz e até Samu, antes da lesão, foram incansáveis, transformando erros adversários em oportunidades.
Dinâmica com bola
Com posse, o Porto acelerava rumo à área contrária, criando várias ocasiões no primeiro tempo. Faltou apenas mais calma para transformar tantas chegadas em números gordos no marcador, mas a atitude foi sempre de morder o adversário.
Defesa: Bednarek patrão, laterais irregulares
Na retaguarda, Bednarek impôs-se como patrão: seguro, firme, estável. Ao lado, Pérez mostrou qualidade técnica, mas ainda procura consistência.
Nas laterais, Alberto Costa revelou bons cruzamentos mas precisa de critério; já Zaidu deu profundidade, mas irrita quando quebra o jogo com passes para trás e, defensivamente, continua com falhas.
Meio-campo de equilíbrio e pressão
Alan Varela voltou a ser o pêndulo: inteligente no posicionamento, essencial no equilíbrio. Deixou a construção para Froholdt e Gabri Veiga, discretos com bola, mas fundamentais na pressão e organização.
Ataque incendiado por Pepê
Na frente, Pepê esteve inspirado: marcou, criou e desequilibrou. Borja Sainz incendiou o flanco oposto, sempre disponível para acelerar. Froholdt deixou também a sua marca com o golo inaugural — finalmente, um golo de canto, como há muito pedíamos.
Do banco, William Gomes trouxe intensidade e músculo ao meio, enquanto Eustáquio pareceu perdido na nova função.
Segunda parte menos intensa
A segunda parte deixou claro que ainda há trabalho a fazer: a intensidade caiu e os suplentes não entraram ao nível dos titulares. Nota-se que ainda há rotinas em treino e afinação.
Ainda assim, a gestão física de Farioli agradou: pode ter reduzido o espetáculo, mas protegeu o grupo e deu consistência até final.
Conclusão: Porto de regresso ao ADN
No conjunto, foi uma exibição que reflete um Porto renovado: determinado a mandar, rápido a castigar e com sede de vitória. Falta aprender a pausar quando necessário e manter o ritmo com as trocas, mas a base está sólida.
O Dragão somou mais três pontos e, com duas vitórias em duas jornadas, deixa claro que quer voltar a rugir alto. Há rotinas a afinar e ritmo competitivo a ganhar nas próximas semanas, sobretudo porque o clássico com o Sporting não perdoa distrações.
Mas acima de tudo, fica a certeza que todos sentíamos falta: o Porto voltou a jogar… à Porto.
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